Em alguns casos, a ansiedade aparece como um fator estimulante dos rendimentos esportivos. Pesquisadores mostraram em um estudo que em 93 estudantes uma situação experimental de estresse só as pessoas com um traço de ansiedade mais acentuado em suas pessoalidade foram capazes de correr mais rápido diante de um estresse maior. Deduziu, assim, que o estresse poderia melhorar o rendimento físico.
De fato, parece não haver uma lei geral sobre o caráter estimulante ou inibidor da ansiedade sobre o esporte.
O gráfico ilustrativo, onde teríamos um aumento da adaptação proporcional ao aumento da ansiedade até um ponto máximo, com plena capacidade adaptativa. A partir desse ponto, embora a ansiedade continue aumentando, o desempenho ou adaptação cai vertiginosamente, assim sendo, ao invés da ansiedade melhorar a performance, acaba por compromete-la.
Por causa disso sugerimos observar o gráfico acima apenas como uma tentativa de estabelecer limites, a partir dos quais a ansiedade comprometeria o rendimento do atleta. E tais limites seriam muito pessoais, de acordo com o perfil afetivo e ansioso de cada pessoalidade.
Diante da diversidade de efeitos da ansiedade sobre os diversos atletas é que alguns autores aceitam a ideia de que a quantidade ótima de ansiedade necessária para um bom desempenho depende de cada atleta.
O Pesquisador Hanin (1989) acha que não há um nível de ativação ideal para todos os atletas, sendo que alguns, por exemplo, podem ter seu melhor nível de rendimento quando têem um nível baixo de ativação (sintam-se mais relaxados), enquanto outros só podem alcançar o êxito quando têem um alto nível de ativação (sintam-se mais excitados).
Em outras palavras, para se compreender o efeito da ansiedade não podemos simplesmente avaliar sua intensidade, nem se seu tipo é cognitiva (afetiva) ou somática, mas sim, avaliar a capacidade de enfrentamento ou Coping (capacidades para enfrentar o estresse ou capacidade de adaptação) das pessoas.
Outro trabalho interessante é o de Parfitt, tentando demonstrar que os efeitos positivos ou negativos da ansiedade sobre o esporte dependem do tipo de esporte praticado.
A ansiedade somática, por exemplo, que é a ativação orgânica global, com aumento dos níveis de adrenalina, cortisol e outros hormônios (ou seja, aquelas dores físicas provocadas por efeitos emocionais), pode influir positivamente no rendimento dos esportes onde entram em jogo exigências anaeróbicas como a corrida, por exemplo.
Por outro lado, o estado afetivo influiria no rendimento de esportes competitivos que envolvem estratégia, memória, intelecto, como por exemplo, xadrez, golf, jogo de cartas, sinuca, tiro ao alvo, etc. Nestes casos influiria a autoconfiança, sensação de segurança, autoestima, ou seja, a ansiedade cognitiva e não a somática. Assim sendo, parece que há uma concordância sobre o fato da ansiedade não ter o mesmo efeito em todos esportes e nem em todas as pessoas (Parfitt, 1999).
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/
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