sexta-feira, 6 de junho de 2014

Evite problemas na hora de treinar.

O treinamento físico intenso realizado por atletas, visando à busca do melhor rendimento esportivo, expõe o coração a intensas sobrecargas ao longo de meses ou anos. Essa frequente exposição a sobrecargas resulta em alterações no automatismo cardíaco, como bradicardia de repouso, e alteração de condução atrioventricular, despolarização e repolarização ventricular. Os ajustes estruturais do coração também são marcantes, podendo levar a aumentos de até 85% na massa do ventrículo esquerdo. Apesar de essas alterações funcionais e estruturais serem devidamente documentadas, ainda são desconhecidos os seus limites de normalidade e suas consequências em longo prazo. A avaliação clínica/cardiológica do atleta é uma conduta médica muito importante, possibilitando: 

A) identificar o grau de alterações cardíacas em decorrência do treinamento físico intenso

B) diagnosticar doenças cardíacas preexistentes.

Afastar a presença de doenças cardíacas preexistentes é de fundamental importância na prevenção de eventos fatais em atletas. Apesar do baixo risco de morte súbita em atletas (uma em cada trezentos mil atletas por ano) a presença de uma doença cardiovascular oculta eleva o risco de um evento cardíaco fatal em até cem vezes. Portanto, saber diferenciar as alterações desencadeadas pelo treinamento físico das alterações patológicas preexistentes é o primeiro desafio para o médico cardiologista do esporte.

Fonte: Características Cardíacas e Metabólicas de Corredores de Longa Distância do Ambulatório de Cardiologia do Esporte e Exercício, de um Hospital Terciário de Luciene Ferreira Azevedo, Patrícia Chakur Brum, Dudley Rosemblatt, Patrícia de Sá Perlingeiro, Antônio Carlos Pereira Barretto, Carlos Eduardo Negrão, Luciana Diniz Nagem Janot de Matos.

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