O treinamento físico intenso realizado por atletas, visando à busca do melhor rendimento esportivo, expõe o coração a intensas sobrecargas ao longo de meses ou anos. Essa frequente exposição a sobrecargas resulta em alterações no automatismo cardíaco, como bradicardia de repouso, e alteração de condução atrioventricular, despolarização e repolarização ventricular. Os ajustes estruturais do coração também são marcantes, podendo levar a aumentos de até 85% na massa do ventrículo esquerdo. Apesar de essas alterações funcionais e estruturais serem devidamente documentadas, ainda são desconhecidos os seus limites de normalidade e suas consequências em longo prazo. A avaliação clínica/cardiológica do atleta é uma conduta médica muito importante, possibilitando:
A) identificar o grau de alterações cardíacas em decorrência do treinamento físico intenso
B) diagnosticar doenças cardíacas preexistentes.
Afastar a presença de doenças cardíacas preexistentes é de fundamental importância na prevenção de eventos fatais em atletas. Apesar do baixo risco de morte súbita em atletas (uma em cada trezentos mil atletas por ano) a presença de uma doença cardiovascular oculta eleva o risco de um evento cardíaco fatal em até cem vezes. Portanto, saber diferenciar as alterações desencadeadas pelo treinamento físico das alterações patológicas preexistentes é o primeiro desafio para o médico cardiologista do esporte.
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